- Morreste.
- Como?
- Desconheço como.
- Quem és?
- Teu suposto assassino.
- Assasinou-me?
- Não tive chance. Estava a caminho para matar-lhe, e quando encontrei, tu morreste. Fui em seguida.
- Morremos nós, então?
- Aparentemente.
- Sabes que morremos, mas não sabes como, nem por que tinha intenção assassina frente a mim?
- De fato.
- Entretanto, te digo: não sinto nada ao vê-lo. Não conheço-te, nem tenho razão para me enfurecer, não obstante tuas intenções anteriores à nossa morte.
- Agora que chegaste neste ponto, tampouco eu tenho ideia de quem sejas, nem por que tentaria tirar-lhe a vida. Importa-se em ter-me como companhia, aqui, no além vida?
- Um momento. Se tu querias matar-me no mundo dos vivos, más intenções tinhas. Como podes estar desprovido destas más intenções, agora?
- Assim como tu, não sei o que a nós aconteceu.
- Sabias que havíamos deixado a vida, e que desejava tirá-la de mim com tuas próprias mãos. Agora passas por desentendido?
- É tudo que sei. Não sabes também o que fazias antes de partir?
- Acredito que sei. Precisava encontrar alguém.
- E se, na verdade, foste tu de encontro comigo, para matar-me? E queria matar-lhe apenas em minha defesa?
- Estás delirando! Tu falaste em intenções assassinas. Não mencionei nada disto.
- A verdade é: não conheço-te, tampouco devo-lhe confiança. Não há porque continuarmos essa conversação.
- Calado! Esta sua insolência me leva a crer que, na verdade, foste tu meu ceifador, e estás querendo livrar-te da culpa, aqui.
- Acredite no que lhe for conveniente. Começo a encontrar motivos para que lhe tenha tirado a vida, de fato.
- Maldito! Não creio que, por um momento, caí em tua estratégia em convencer-me que estás desprovido de qualquer malícia! As coisas não se repetirão aqui!
Avançou ao outro, e os mortos mataram-se.
Um comentário:
IN-SA-NO :lol:
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